Brasileira falou sobre estratégias no peso-galo, a importância do estudo das adversárias e o impacto das lesões no esporte
Norma Dumont vive um novo capítulo em sua carreira ao descer para o peso galo. Em entrevista exclusiva ao MMA Premium, a lutadora detalhou os desafios dessa transição, sua visão estratégica em relação às adversárias e as expectativas para as próximas lutas. Além de mostrar sua determinação rumo ao topo da categoria, Norma compartilhou as nuances de sua preparação, reforçando o quão importante é moldar o treino técnico conforme o estilo de cada oponente.
O que falta para a disputa do título?
"Eu acredito que, agora que desci para o peso-galo, preciso me estabilizar no Top 5. No peso pena, eu já estava muito próxima da disputa pelo título, mas essa mudança de categoria exige que eu me ajuste novamente entre as melhores. Já tinha pedido a Germana, e consegui a luta com ela, que é uma ex-campeã duríssima. Além disso, pedi a Irene várias vezes, e agora finalmente temos essa luta casada. A Irene também vem de uma luta difícil, e acredito que uma boa performance contra ela pode me colocar muito bem posicionada para disputar o título. Tudo vai depender do desenrolar das próximas lutas, mas estou confiante de que, com uma grande performance ou um nocaute, posso avançar na fila."
Qual a maior mudança de um camp para o outro?
"A principal mudança sempre é o estilo do adversário. Eu treino em todas as áreas — sou faixa preta no chão e em pé, além de treinar bastante wrestling e boxe, que são esportes sem graduação, mas essenciais para o MMA. Minha preparação física e técnica varia de acordo com o oponente, adaptando tudo para garantir que estarei pronta para qualquer desafio."
Você estuda suas adversárias durante o camp?
"Na verdade, eu estudo todas as atletas da divisão constantemente, não apenas durante o camp. Conheço o estilo de luta de todas elas, suas fraquezas e pontos fortes. Quando a luta é casada, dou uma olhada mais profunda, pelo menos uma vez por semana, para garantir que não estou deixando escapar nada. Isso me permite chegar preparada e com uma estratégia sólida, além de estar pronta para qualquer eventual substituição de última hora."
Qual o maior vilão de um atleta de alto nível hoje?
"Eu diria que as lesões são o maior obstáculo. No meu caso, felizmente, nunca tive uma lesão grave ou crônica, mas sei que isso pode acabar com a carreira de um atleta. As lesões são o que mais atrapalha a performance, especialmente quando você está no auge. Alguns também podem ser distraídos por outras questões, mas isso nunca foi um problema para mim. Minha maior preocupação sempre foi manter o corpo saudável."
Que recado você daria para sua oponente, Irene?
"Para ser honesta, só espero que ela apareça para lutar. O maior medo de qualquer lutador é a luta ser cancelada em cima da hora, o que acaba desestabilizando toda a preparação. Irene é uma atleta experiente, que sempre entrega grandes combates. Tenho certeza de que será uma luta duríssima e emocionante."