Imagem de Tom und Nicki Löschner por Pixabay
O UFC tem quase três décadas de existência – ele foi criado em 1993 por Rorion Gracie e Art Davie – e desde o começo teve uma soberania de lutadores brasileiros e americanos. A influência dos brasileiros com as artes marciais mistas e os ensinamentos da família Gracie e a tradição da luta nos Estados Unidos, onde o UFC criou sua Meca em Las Vegas, explicam a razão para esse domínio.
A história do crescimento do UFC, personalizado em Dana White e sua visão, é impressionante, com eventos em todo o mundo, transmissão em dezenas de canais e milhões de fãs. Algo interessante de notar também é que nos últimos anos a expansão se refletiu em lutadores de países diferentes e até de continentes diferentes aparecendo e brilhando.
A Europa achou seu espaço
Com as Américas representadas e o Japão tendo atenção logo de cara (o UFC 18 foi organizado na Yokohama Arena), o natural era esperar que a Europa fosse o próximo mercado e diversos UFCs foram sendo organizados no Velho Continente. O UFC 38 foi realizado no Royal Albert Hall, casa icônica de Londres.
Entretanto o sucesso se consolidou com a aparição de lutadores europeus bem-sucedidos. O holandês Bas Rutten foi o primeiro campeão europeu do UFC, logo na categoria dos pesos-pesados, em 1999. Depois desse feito demorou um pouco até o bielorrusso Andrei Arlovski também ser campeão dos pesos pesados, no ano de 2005.
Ambos foram fugazes com seus cinturões, mas abriram a porteira e Conor McGregor e Khabib Nurmagomedov aproveitaram o trabalho dos pioneiros. O irlandês, conhecido como O Notório, foi o primeiro lutador do UFC a ter dois cinturões em duas categorias diferentes, a peso-leve e a peso-pena.
Um dos grandes momentos de McGregor foi justamente contra o brasileiro José Aldo, em luta de apenas 13 segundos que terminou em nocaute – o mais rápido nocaute em uma disputa de cinturão – no UFC 194.
O reinado de McGregor nas duas categorias não foi tão grande, mas ele sem dúvidas foi um dos grandes protagonistas no crescimento do UFC, com sua língua solta e forma de lutar.
Já Khabib Nurmagomedov foi igualmente importante e o responsável por colocar a Rússia no mapa do UFC. Sua invencibilidade em 29 lutas é o maior número na história e algo simplesmente incrível, o que deixa sua aposentadoria ainda mais com um gostinho de “quero mais”, afinal ele ainda fará 33 anos em 2021.
Khabib foi uma máquina de dinheiro para o UFC, com sua luta contra Conor McGregor sendo a cereja do bolo, batendo o recorde de 2,4 milhões de compras de pay per view para ver o russo vencer no quarto round.
Ambos não tiveram o reinado de Anderson Silva, que por seis anos e oito meses foi o dono do peso-médio, um recorde na história do UFC. Mas os dois foram vitais para a expansão do UFC na Europa e a abertura de portas para lutadores do Velho Continente, como o italiano Marvin Vettori, que falou sobre a honra de ser pioneiro do UFC no seu país em entrevista para a Betway.
O lutador europeu irá encarar o brasileiro Paulo Borrachinha em luta que promete muita disputa e emoção, inclusive pelas provocações de lado a lado que também apareceram na conversa com a Betway, site de UFC Bets.
A África e a China chegam com tudo
A África nunca teve um evento do UFC, mas Dana White já prometeu que até o final de 2022 isso mudará. Esse fato é ainda mais notório no momento que há três campeões do UFC do continente: o nigeriano Israel Adesanya tem o cinturão dos pesos médios desde 2019, batendo Paulo Costa, o Borrachinha e o italiano Marvin Vettori, entre outros.
Já seu compatriota, Kamaru Usman, tem o cinturão há mais tempo – março de 2019 – sendo o primeiro africano a ser o dono do cinturão, neste caso na categoria meio-médio. Entre as grandes vitórias do nigeriano estão a luta contra Demian Maia em 2018, Rafael dos Anjos e Gilbert Burns.
O novato na lista é o gigante camaronês Francis Ngannou, que bateu Stipe Miocic nos pesos-pesados e conseguiu o cinturão aos 34 anos, depois de ter perdido para Miocic em luta em 2018 que também valia o título.
Em um sonho de Dana White se ele pudesse pedir um campeão ou campeã de qualquer país, com certeza ele pediria da China. E seu desejo se concretizou com Zhang Weili no peso-palha. A chinesa ainda bateu a polonesa Joanna Jedrzejczyk, mas perdeu em 2021 para Rose Namajunas em apenas um minuto. Será que ela consegue voltar ao topo?